terça-feira, 19 de novembro de 2013

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Quem conta um conto...

...acrescenta um ponto. Sempre ouvi dizer. Contudo, esse acrescento nem sempre se deve à falta de memória para a exactidão, nem sempre tem por base a necessidade de tornar o conto mais interessante, mais dramático, por vezes o acrescento é uma deturpação exagerada, que pode ser vergonhosa, quando deliberada ou causadora de muitos mal entendidos se inadvertida. Quando ouvimos um conto é (quase) impossível dissociarmos o que ouvimos da nossa perspectiva e da nossa bagagem, mas há quem se cole de tal forma a essa roupagem egoísta que não consegue ver a realidade como lhe é apresentada; de tal forma que cria um texto tão alheio à realidade que se torna o oposto do que acabou de ouvir. A cereja no topo deste mau bolo é quando essa perspectiva tão errada e esse conto tão deturpado são transmitidos a terceiros, que a recebem como verdade e fazem o seu próprio juízo de valor.
Porque não podemos simplesmente ouvir e ver o conto que nos é confiado? As palavras raramente vêm sós; há o tom e a velocidade de voz, a linguagem corporal, os gestos, ... tudo isso contribui para a mensagem. Vamos lá levantar os olhos e afinar os ouvidos para não reproduzirmos um conto errado. É muito feio mentir, mesmo que inadvertidamente. Para mais, há pessoas que deturpam para que o texto lhes sirva melhor e lhes preencha os propósitos.. muito feio! Muito feio mesmo!...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

25 de Abril


Se a democracia portuguesa fosse um ser humano teria (amanhã) o seu 39º aniversário.

Seria uma pessoa com formação académica, mas sem educação social; desempregada mas sem interesse em trabalhar fora da sua área, porque vive agarrada (e incentivada para) o seu grau académico; a viver com o apoio dos pais e sem inteligência financeira.

Se a nossa democracia fosse uma pessoa viveria à custa do que não é seu (sobretudo de créditos e empréstimos), a prometer e a projectar sobre o que não vai cumprir nem pôr em prática.

Se democracia do nosso país fosse humana, seria um indivíduo, contudo, teria um batalhão de filhos, que levaria por arrasto na sua vida desregrada, e pais que se afundariam para o ajudar.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Sem politiquice associada


O Professor José Hermano Saraiva, em funções como Ministro da Educação, durante o governo de Marcelo Caetano, entre 1968 e 1970, quis melhorar as condições em que a educação era desenvolvida e ampliar o orçamento do seu ministério; foi-lhe dito que não havia verba. Na altura não havia onde pedir dinheiro emprestado a juros elevadíssimos, para desbaratar, mas também não havia crise financeira, enfim...

Perante tal entrave, este grande homem, sentindo-se revoltado, começou a mexer e remexer com o seu maço de tabaco a pensar para encontrar uma solução que pudesse auxiliar os seus bons propósitos (outra postura que os políticos de hoje não têm). De tanto mexer no dito maço percebeu que a solução estava mesmo à sua frente. Apresentou a proposta, que foi aceite, e colocou em prática medidas que melhoraram as condições de aprendizagem de alunos e de trabalho de professores: taxar o tabaco e usar o valor desse imposto para aumentar a verba disponível no seu Ministério. Simples, não?

A diferença entre esta iniciativa e o aumento de impostos que hoje se faz passa por vários aspectos:
- objectivo concreto e centrado;
- taxa sobre algo não essencial;
- imposto apenas a quem se aplicava a condição (fumadores);
- passível de evitar a taxação (pelos cidadãos);
- manter a dinamização da economia e do consumo;

Depois veio a possibilidade de "dinheiro fácil" com recurso a agiotas e desrespeito pelo próximo (literalmente "o próximo", os que vinham a seguir).
A vida tornou-se "fácil" porque havia verba até para desbaratar em projectos que nunca passaram do papel e que nunca foram inspeccionados ou confirmados.

E porque é que me lembro disto agora? Não lembro, vou lembrando, mas agora tive cinco minutos para escrever esta opinião que me acompanha como sombra. Como sou uma das pessoas que tem que pagar impostos, para cumprir com um compromisso nacional com o qual não concordei, e uma das pessoas que tem (mesmo que virando-me do avesso) que contribuir para a manutenção da economia nacional, fico-me por aqui em matéria de descrição opinativa e volto ao trabalho.



quinta-feira, 18 de abril de 2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Já?!

Holy f...&#@...k!! De repente já nos 35?? Como é que eu aqui cheguei? E tão rápido!!
Na adolescência mal podia esperar pelos 18. Seria a grande revolução, o grito de Ipiranga, mas nem um gemido de Ipiranga, foi a grande decepção... nada mudou, mas ficou tudo bem. Perspectivava a minha vida até aos 25; tinha tudo imaginado, sonhado, não propriamente planeado. A partir daí, nada! Era o escuro total, como se nada mais houvesse. Os anos sucediam-se e eu continuava na penumbra. Tinha receio dos 30, imaginei que entraria em tal depressão que não sairia de casa nesse dia. Mas não... Tudo bem, gostei e até me senti muito bem, afinal, fazendo o balanço, não tinha tudo o que havia projectado mas tinha algumas e outras que nem havia sonhado. Não estava mal :) Só não pensava chegar a metade da minha vida (se a esperança forem os 70) sem conseguir o único sonho que sempre me moveu; essa é a minha grande tristeza - ter falhado nesse único e enorme ponto, não ter cumprido a meta. Nem tudo está perdido, mas está fugidio, difícil e impossível de retornar. Conselho? Se eu puder dizer: não esperem por ter tudo certo, tudo preparado. Muitas vezes esperamos pelo cenário perfeito e, quando finalmente fica pronto, a peça não estreia no dia que queríamos e o desalento é derrubador. A vida avança e quando damos por ela já deu um salto em comprimento... Agora resta esperar e nada é mais desesperante do que não poder fazer nada.
Bem que me diziam que a vida foge e que é preciso aproveitá-la. Eis um arrependimento que não tenho. Se não aproveitei mais (até agora) foi porque realmente não pude. O que fiz foi sempre de todo o coração, com a alma completa e corpo inteiro. Agora é continuar, sempre um dia de cada vez, e tentar que não caia tudo porque, para já, está tudo (bastante bem para a idade) no sítio ;) hehehehe

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Tempo

É muito triste principalmente porque é frustrante e eu odeio a sensação de impotência, de amarras... de frustração!
Nada do que tenho foi um sonho. Tudo foi trabalhado, lutado, conquistado, mas nada me acompanhou toda a vida, nada me motivou a seguir em frente como a única coisa que não tenho. 
Tinha um prazo, um limite máximo, que foi ultrapassado. Agora entro na fase do "começa a ser tarde" e continua a nada acontecer. Claro que já há uma fase em curso, mas não há nada que eu possa fazer para acelerar, movimentar ou agilizar. Absolutamente nada! A espera é horrível porque o tempo passa e penso "não há de demorar" mas o facto é que, nem de uma forma, nem de outra.
Depois há "os outros". Aqueles que não querem, nunca sonharam, nunca desejaram, mas a quem a vida concede o bem mais precioso porque ooops ou porque "estava na altura e a sociedade exige". Ora @§£€¨&*%!!! O que sinto não se aproxima da inveja; isso não tenho, mas sim da injustiça. Se há pessoas de quem posso saber sem que nem um nervo se mexa em mim, há outras me dá vontade de gritar, chorar, bradar da injustiça incalculável que acabou de acontecer!
E é isto, ultimamente tem sido assim, esta tristeza que é cada vez mais difícil de disfarçar e que mexe até com a capacidade de lidar calmamente com trivialidades...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pensar ou não pensar...?

Quando sabemos que não adianta nada pensar e moer um assunto, mais o fazemos... porquê? É inevitável, é impositivo, é o nosso diabinho em desacordo com o nosso anginho, cada um empoleirado num ombro. Não chagamos a lado nenhum e o resultado é sempre stress mas é mesmo assim...