Na adolescência mal podia esperar pelos 18. Seria a grande revolução, o grito de Ipiranga, mas nem um gemido de Ipiranga, foi a grande decepção... nada mudou, mas ficou tudo bem. Perspectivava a minha vida até aos 25; tinha tudo imaginado, sonhado, não propriamente planeado. A partir daí, nada! Era o escuro total, como se nada mais houvesse. Os anos sucediam-se e eu continuava na penumbra. Tinha receio dos 30, imaginei que entraria em tal depressão que não sairia de casa nesse dia. Mas não... Tudo bem, gostei e até me senti muito bem, afinal, fazendo o balanço, não tinha tudo o que havia projectado mas tinha algumas e outras que nem havia sonhado. Não estava mal :) Só não pensava chegar a metade da minha vida (se a esperança forem os 70) sem conseguir o único sonho que sempre me moveu; essa é a minha grande tristeza - ter falhado nesse único e enorme ponto, não ter cumprido a meta. Nem tudo está perdido, mas está fugidio, difícil e impossível de retornar. Conselho? Se eu puder dizer: não esperem por ter tudo certo, tudo preparado. Muitas vezes esperamos pelo cenário perfeito e, quando finalmente fica pronto, a peça não estreia no dia que queríamos e o desalento é derrubador. A vida avança e quando damos por ela já deu um salto em comprimento... Agora resta esperar e nada é mais desesperante do que não poder fazer nada.

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