sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Como nos filmes

Às vezes sinto como se tivesse calçado umas botas de cimento e saltado para dentro de água.

Quantas vezes já vimos em filmes alguém em sofrimento que agarra uma mão e, enquanto agradece e respira com sofreguidão, de alívio, percebe que não se trata duma mão amiga...?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

o meu Amor por Ti é Infinito

A pessoa que eu amo está a passar um mau período, na sequência duma cirurgia. Sentir a sua ausência e saber o seu sofrimento provoca-me uma dor claustrofóbica.
À noite, finjo que o seu corpo está mais próximo da beira da cama, mas falta o seu calor. Ao serão, faço tudo para fingir que está a metros de mim, entregue a outra actividade que não a minha. Por sorte, ou sobrecarga, o trabalho ocupa-me a atenção que a televisão não absorveria.
A outra metade de mim faz-me falta, dá-me sede e faz-me frio. Preciso-lhe dos abraços, dos gestos, dos sons e do olhar, aquele olhar tão seu, tão mimado por mim, que agora franze e fecha de receio.
Ao coração que partilha o meu dou todo o meu carinho, atenção e paciência, mesmo quando não estou a seu lado. Não sei se sabe que é nessa ausência que mais perto estou, porque é nesse hiato que mais tremo por não poder mostrar o sorriso que lhe diz que está tudo bem porque o meu amor é infinito.
O ser que partilha a minha vida partilha comigo, e só comigo, o abrir da sua fragilidade e eu choro também, porque é nos momentos mais difíceis que mais devemos amar.