quarta-feira, 24 de abril de 2013

25 de Abril


Se a democracia portuguesa fosse um ser humano teria (amanhã) o seu 39º aniversário.

Seria uma pessoa com formação académica, mas sem educação social; desempregada mas sem interesse em trabalhar fora da sua área, porque vive agarrada (e incentivada para) o seu grau académico; a viver com o apoio dos pais e sem inteligência financeira.

Se a nossa democracia fosse uma pessoa viveria à custa do que não é seu (sobretudo de créditos e empréstimos), a prometer e a projectar sobre o que não vai cumprir nem pôr em prática.

Se democracia do nosso país fosse humana, seria um indivíduo, contudo, teria um batalhão de filhos, que levaria por arrasto na sua vida desregrada, e pais que se afundariam para o ajudar.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Sem politiquice associada


O Professor José Hermano Saraiva, em funções como Ministro da Educação, durante o governo de Marcelo Caetano, entre 1968 e 1970, quis melhorar as condições em que a educação era desenvolvida e ampliar o orçamento do seu ministério; foi-lhe dito que não havia verba. Na altura não havia onde pedir dinheiro emprestado a juros elevadíssimos, para desbaratar, mas também não havia crise financeira, enfim...

Perante tal entrave, este grande homem, sentindo-se revoltado, começou a mexer e remexer com o seu maço de tabaco a pensar para encontrar uma solução que pudesse auxiliar os seus bons propósitos (outra postura que os políticos de hoje não têm). De tanto mexer no dito maço percebeu que a solução estava mesmo à sua frente. Apresentou a proposta, que foi aceite, e colocou em prática medidas que melhoraram as condições de aprendizagem de alunos e de trabalho de professores: taxar o tabaco e usar o valor desse imposto para aumentar a verba disponível no seu Ministério. Simples, não?

A diferença entre esta iniciativa e o aumento de impostos que hoje se faz passa por vários aspectos:
- objectivo concreto e centrado;
- taxa sobre algo não essencial;
- imposto apenas a quem se aplicava a condição (fumadores);
- passível de evitar a taxação (pelos cidadãos);
- manter a dinamização da economia e do consumo;

Depois veio a possibilidade de "dinheiro fácil" com recurso a agiotas e desrespeito pelo próximo (literalmente "o próximo", os que vinham a seguir).
A vida tornou-se "fácil" porque havia verba até para desbaratar em projectos que nunca passaram do papel e que nunca foram inspeccionados ou confirmados.

E porque é que me lembro disto agora? Não lembro, vou lembrando, mas agora tive cinco minutos para escrever esta opinião que me acompanha como sombra. Como sou uma das pessoas que tem que pagar impostos, para cumprir com um compromisso nacional com o qual não concordei, e uma das pessoas que tem (mesmo que virando-me do avesso) que contribuir para a manutenção da economia nacional, fico-me por aqui em matéria de descrição opinativa e volto ao trabalho.



quinta-feira, 18 de abril de 2013