terça-feira, 8 de setembro de 2009

As origens

Por fim este projecto sai do querer e avança pelas portas abertas do fazer. Passeia-se na minha vontade desde o tempo das cassetes, do VHS, do walkman e dos cadernos pretos com desenhos feitos a tinta correctora. Até parece que sou jurássica! Na verdade, muitas vezes dou por mim a envelhecer cinquenta anos num segundo. Num snap o meu rosto encarquilha, as minhas costas arqueiam, o meu cabelo branqueia seco e as minhas roupas transformam-se em velho tecido preto gasto. Tudo isto quando ouço alguém com menos cinco anos do que eu dizer "não é do meu tempo" ou "nunca ouvi falar" quando me refiro a uma banda, uma música, um filme, um nome sonante duma época em que eu era apenas uma menina mas pela qual tenho fascínio. Tenho 31 anos, já agora, para que não fique no ar.
O... chamei-lhe projecto? Que idiotice! O... este espaço (é simples mas é o que é) não é ideia original minha :-( mas um desejo muito antigo de adaptação. Surgiu quando vi o filme Wild Orchid 3 (antes mesmo de ter idade para o fazer, mas também, verdade seja dita, nunca me foram vedados filmes com argumento na idade). Não é dos melhores que já vi, isso sem a mais ínfima margem para dúvida, mas, sabe-se lá porque motivo que não se deixa conhecer, marcou-me. Dos três que vi, aliás, o primeiro é o meu favorito. O mais alternativo, se é que a palavra aqui pode ser aplicada. O segundo não foi mais do que desperdício de dinheiro, trabalho, fita e do precioso tempo que passei acordada para o ver, se bem que na altura não me fazia tanta falta...
Deste filme ficaram-me frases como "qualquer idiota pode conduzir um carro, mas só um génio consegue que os amigos a levem a todo o lado" ou "she was never a chick, she was always a lady". Não são citações literárias mas gravaram-se facilmente na minha jovem mente esponja. Talvez por isso nunca me tenha esquecido do que ela (personagem principal) queria: um espaço de partilha em que pudesse receber e partilhar diários. Não é o que pretendo; pelo menos não de forma tão crua. A minha consecução do seu desejo é bem mais simples: partilha de pensamentos, ideias, experiências, lamentos, alegrias, expectativas, sonhos, tudo o que quem visitar o Red Shoes queira partilhar.
O desafio, contudo, será manter este espaço actualizado. Neste momento tenho tempo para o ir preenchendo mas avisto tempos em que tal faltará. Vamos até onde pudermos ir, depois logo se verá...
Para quem não sabe a que filme me refiro, eis um teaser em jeito de doce

1 comentário:

  1. Excelente ideia!
    É sempre mais fácil falar para uma tela em que não vemos o interlocutor do que abrir a alma e a vida a quem nos julga e avalia.

    Nikki

    ResponderEliminar